Bem-estar dos colaboradores e a performance no trabalho, através do autoconhecimento

Bem-estar dos colaboradores e a performance no trabalho, através do autoconhecimento

Entender como nos comportamos é fundamental para as relações interpessoais saudáveis e para otimizar a gestão pessoal, garantindo melhor performance e bem-estar. Reconhecer comportamentos, interesses, motivações, padrões de ação e formas de interagir com as pessoas tem se tornado um objetivo cada vez mais comum entre as pessoas e para o mercado de trabalho.

O que é o autoconhecimento?

É um componente da personalidade que revela sobre preferências, valores, objetivos, motivações, regras e estratégias que regulam o comportamento e deve ser explorado desde as fases iniciais do desenvolvimento.

Os diferentes tipos e classificações do autoconhecimento

Temos o autoconhecimento baseado na intuição e o baseado na evidência. Outros estudos dividem o autoconhecimento em experiencial (sensibilidade contínua ao eu no presente) ou reflexivo (esforços pessoais para integrar experiências vividas no passado).

Há ainda uma noção de autoconhecimento pessoal x profissional. O pessoal permite que o indivíduo conheça a sua essência, alcançando melhor qualidade de vida e bem-estar, adquirindo autonomia sobre sua vida, história e objetivos. O profissional, por outro lado, reside na busca pela potencialização e otimização de um processo de foco, paciência, perseverança e vontade de se desenvolver, contribuindo assim da melhor forma para a organização em que trabalha.

Além disso, podemos classificar também como 5 tipos de autoconhecimento, que se baseiam em diferentes formas de informação. Há o eu ecológico, percebido diretamente em respeito ao ambiente físico a sua volta. O eu interpessoal, estabelecido por comunicação e expressões emocionais entre os indivíduos.

Há também o eu estendido, que se baseia na memória e na antecipação que dela deriva. O eu pessoal, que aparece quando descobrimos que nossas experiências são apenas nossas. E o eu conceitual, que obtém seu significado através de uma rede de suposições baseadas na socialidade.

Autoconhecimento e a mudança comportamental

Alguns trabalhos sugerem que o autoconhecimento e a inteligência emocional caminham juntos para a mudança comportamental. Indicando o quanto a gestão de emoções é essencial para possibilitar o autoconhecimento, afetando a vida do indivíduo nas relações pessoais, no trabalho e na vida em sociedade. Leia o nosso artigo sobre mudança comportamental.

Estudos confirmam o potencial do autoconhecimento nos processos autoregulatórios e sugerem que o aumento do mesmo pode ser útil em casamentos, uma vez que este se correlaciona positivamente com satisfação matrimonial e negativamente com índices de problemas interpessoais.  

Como investigar algo tão subjetivo?

O autoconhecimento pode ser testado medindo a congruência entre o que o indivíduo crê ser o seu comportamento e como ele realmente se comporta. Estudos que abordam essa metodologia indicam que o autoconhecimento pode ser vantajoso para relações interpessoais, fornecendo grande valor social.

O estudo sobre o autoconhecimento é amplamente baseado no auto-relato, sendo que Skinner, considerado como um dos principais nomes do behaviorismo (uma corrente de pensamento sobre o comportamento) propõe que o autoconhecimento é gerado por contingências sociais, ou seja, as possibilidades as quais estamos sujeitos, como desemprego, maternidade, prisão, velhice e morte. Tais contingências colocam os relatos do indivíduo sob o controle do seu próprio comportamento, sendo que a relação entre comportamento e suas consequências controlam o autorelato.

Ferramentas para melhorar o autoconhecimento 

O uso de ferramentas como o Eneagrama, assim como da Teoria Cognitivo-Comportamental, visa proporcionar aos seus praticantes maior autonomia e autoconhecimento, despertando interesse pelo desenvolvimento pessoal e trazendo conteúdos que podem ser objeto de trabalho em terapia.

Práticas como mindfulness se relacionam com o autoconhecimento por serem domínios da autoconsciência, ambos se associando com uma variedade de fatores relacionados à saúde. Assim, a autoconsciência como fator do autoconhecimento pode contribuir de maneira única para a explicação de diferenças individuais em fatores de saúde.

A atuação de um terapeuta também depende do seu autoconhecimento. Cada situação e cliente demandam modos mentais, comportamentos diversos e multiplicidade de experiências que um psicoterapeuta precisa ter para poder compreender um cliente.

Além do Sistema DIBE – Diagnósticos de Bem-Estar, onde os usuários conseguem ampliar o autoconhecimento sobre o seu bem-estar e a sua performance, podendo buscar alternativas para melhoria dos indicadores.

O lado obscuro do autoconhecimento

A maioria das pessoas não busca um autoconhecimento acurado, pois apenas o fazem quando acreditam que possuem todos os recursos necessário para lidar com um possível resultado negativo (Trope e Neter, 1994): “pessoas que apenas procuram a verdade quando acham que essa não os irá devastá-los não estão buscando pela verdade”.

As pessoas tendem a bloquear pensamentos e sentimentos indesejáveis através de uma supressão consciente e até mesmo inconsciente. Outro motivo da falha no autoconhecimento pode ser pela inacessibilidade de processos mentais como percepção, aprendizado, personalidade, atitudes e autoestima. Nem sempre é vantajoso ter percepções sobre si mesmo que correspondem perfeitamente com a realidade, mas aumentar a noção sobre motivações inconscientes pode ser benéfico.

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