Antes de falarmos sobre as ações que podem ser implementadas, é preciso entender como o nosso cérebro funciona, e porque certas atitudes são tão importantes, já que emoções, memórias e aprendizados estão conectados pela base.
O modelo de funcionamento do cérebro não é programado para mudança, é programado para estagnação. Ele passa por fases de aprendizados, que vão desde a infância até a fase adulta, por volta dos 24 anos; onde terá o seu repertório de comportamentos formado e poderá replicá-los.
Nós não temos um drive programado para aprender para sempre. O processo de aprendizado, na fase adulta, burla o que seria considerado natural pelo cérebro. Nas populações com maior longevidade, como as asiáticas, vemos práticas de meditação e elevação da consciência; isso ajuda na amplitude de recursos e capacidade de compreensão da vida. Mas requer esforço e disciplina, não é algo espontâneo.
Por vezes, recorremos a vários tipos de terapias e cursos que prometem fomentar a mudança comportamental, com práticas que duram algumas semanas. Mas isso não significa nada para os nossos circuitos, porque rapidamente eles voltam ao funcionamento que está enraizado.
Para que a mudança comportamental efetivamente aconteça é necessário que você se mantenha em uma prática e valide ela no seu cotidiano, dando a mesma ênfase que os outros circuitos receberam. Essa história de 21 dias, para mudança comportamental, é uma bobagem.
A questão não é quanto tempo um circuito novo demora para ser formado. A questão é quanto tempo esse circuito novo demora para se tornar mais forte que o circuito antigo, que ocupa um lugar importante no seu repertório comportamental.
Mas nós conseguimos inserir novas práticas, mesmo com dificuldade?
SIM. Principalmente se recebermos feedbacks positivos e tivermos INDICADORES dessa melhoria.
Para mudança comportamental, o que importa é a validação do sistema emocional, é ele quem determina o que é melhor pra cada um de nós. A nossa racionalidade não sabe fazer isso, nós não atribuímos valores às coisas à partir da razão. O nosso sistema não precisa que a gente pense, pra ele saber o que é melhor, ele avalia e calcula o resultado.
E não se trata de uma questão de economia de energia corporal. Para o cérebro ele precisa ser rápido. É uma questão de eficiência e resultado. E quem avalia o resultado não é a nossa racionalidade e sim a nossa emocionalidade, que monitora a todo momento o resultado de tudo que fazemos.
A emoção não existem pra fazer a gente chorar ou manifestar amor pelas pessoas, a emoção existe para dar valência para a nossa vida. Ela existe pra dizer que isso é bom, que isso é ruim, que isso é muito melhor do que aquilo. Ela determina: eu quero isso ou isso eu não quero.
E quando algo gera desconforto emocional, isso passa a ser mais importante que um circuito neutro. Um comportamento passa a ter validade, no momento que ele gera um resultado adequado para o que eu estou precisando no momento. Daí eu começo a repetir esse determinado comportamento.
Então como que eu mudo um comportamento que tem uma valência emocional boa para mim, pra um comportamento que ainda não tem?
Como eu deixo de ficar uma hora a mais na cama, pra ir pra academia? Como eu mudo uma vitimização no trabalho, para um comportamento de autorresponsabilidade e proatividade?
Emocionalmente é muito complicado, porque a maior parte das mudanças comportamentais só apresentarão resultados depois de vivermos grandes ciclos, que sustentarão uma nova história. Além disso, é muito importante reconhecermos os comportamentos que nos fazem evitar sensações desagradáveis. Isso é mais forte do que a sinalização do prazer.
O principal é dar ênfase ao resultado obtido com o comportamento novo. Dê ênfase emocional, valide, pergunte para as pessoas, solicite feedbacks.
Se você tiver um problema com um liderado, explique pra ele que a mudança de comportamento requer uma atenção específica aos benefícios que ele perceberá com a essa mudança. Tem toda uma condição emocional que está por trás do comportamento que a gente executa, pra mudar precisamos trabalhar a emocionalidade!
A maior parte das pessoas fala de mudança de comportamento a partir de uma perspectiva racional, de autodisciplina, controle, monitoramento, mas isso gera resultados fracos. A efetiva mudança de comportamento é conseguida quando eu valido esses novos circuitos com um entorno positivo de resultados, com sentimentos positivos. Isso dará a validação para uma nova história.
É difícil controlar comportamento e, para isso, é necessário gestão emocional. Geralmente negligenciamos a nossa emocionalidade e, por isso, fica quase impossível a mudança comportamental.
E a história da psicocibernética e os 21 dias?
Um hábito pode até ser mudado em três semanas, mas um comportamento requer tempo, esforço e validação emocional. Isso precisa de muito mais do que 21 dias. Incorporar um novo hábito, como fazer uma agenda de tarefas todos os dias pela manhã, é possível em 21 dias, principalmente, se houver um vazio e for emocionalmente positivo.
Quando tomamos consciência do nosso funcionamento cerebral, temos mais chance de resolver os problemas. Na ignorância, sobre como funcionamos, não temos chance nenhuma e podemos viver frustrados, passando por inúmeras ferramentas de ajuda, que até podem gerar algum resultado, mas dificilmente se sustentam. E o pior acontece quando conseguimos praticar novos comportamentos, por uma semana ou duas, mas depois temos uma recaída e ficamos com o rótulo de fracos.
Ferramenta para ajudar as empresas
O Sistema DIBE faz o mapeamento de indicadores de bem-estar, com escalas comportamentais. Ou seja, a pessoa consegue identificar os seus hábitos ruins e monitorar a sua evolução, ao longo de um processo de mudanças comportamentais.
O apoio do envio de mensagens semanais do Sistema, sugere a prática de atividades que estimulem a adoção de novos hábitos. O reforço positivo ocorre quando o grupo compartilha as suas experiências e emocionalidades.
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