Muitas vezes, ouvimos falar sobre a eficácia de oferecer recompensas para obter resultados e engajamento. Mas será que essa é realmente a melhor forma de promover a produtividade?
É muito mais importante o desenvolvimento do “cérebro social” e o uso de motivadores intrínsecos, que dependem da capacidade de autocontrole. Incentivar apenas a visão egoísta do “sistema de sobrevivência” pode ser perigoso para o engajamento dos colaboradores.
Um estudo publicado no Journal of Neuroscience mostrou que indivíduos com grande aversão à perda apresentam queda significativa na performance em tarefas complexas, quando estão diante de recompensas expressivas. Esses indivíduos são mais propensos a sufocar sob pressão e podem ficar fragilizados diante da perda do que já consideram ser deles.
É importante lembrar que o perfil comportamental que apresenta grande aversão à perda é, geralmente, o mais procurado pelos recrutadores, pois vem acompanhado de alto grau de organização, foco e respeito às regras.
No entanto, esses indivíduos podem ter sua performance afetada quando precisam evitar perdas gigantescas. Por outro lado, aqueles com baixa aversão à perda respondem bem a altas recompensas, mas podem apresentar pior performance diante de perdas muito grandes.
Esses resultados nos fazem refletir sobre o papel das recompensas e incentivos no ambiente de trabalho. Se confiamos ao sistema emocional a tarefa de promover melhores resultados, estamos usando um sistema primitivo para seduzir nossos colaboradores, o que pode resultar em comportamentos fora de controle. É importante ter em mente que, no meio da confusão de final de mês em busca de metas, pedir autocontrole e sensatez pode não ser suficiente.