O Dicionário The Oxford Dictionary define “hormônio” como uma substância reguladora produzida pelo organismo e transportada pelo sangue para estimular células e tecidos específicos a entrarem em ação. Ou seja, hormônios secretados pelo cérebro carregam mensagens reguladoras para o restante do corpo.
Os hormônios têm impacto em quase tudo que o corpo faz. Eles fazem o balanceamento biológico, controlam o ritmo de nossas vidas, regulam as funções corporais. São responsáveis por provocar o sono ou o estado de alerta, fome ou saciedade, felicidade ou raiva, por fazer o sistema reprodutor trabalhar, o corpo crescer, engordar ou emagrecer, se estressar ou relaxar, ficar de bom ou mau humor.
Com os avanços da neurociência, sabe-se que os hormônios têm grande influência no comportamento e que, nem sempre, você age como gostaria, por conta disso. Em grande parte das nossas ações, agimos de modo automático, com base nas emoções, e isso tem muito a ver com a interferência dos hormônios. Mas, por outro lado, o comportamento também influencia os hormônios, a produção deles e a liberação. Ou seja, fica difícil saber quem controla quem.
Conheça alguns hormônios e como podem influenciar nosso comportamento.
Ocitocina
Conhecida como “hormônio do amor”, “do prazer”, do “antiestresse”. A ocitocina é produzida pela neuroipófise e é a responsável pelo apego materno ao bebê através da amamentação. A ocitocina é liberada em situações de afeto, abraços, aumenta a libido, alivia estresse e ansiedade e melhora as habilidades sociais. Sob a ação da ocitocina nos tornamos mais calmos, afetuosos e empáticos, tendemos a confiar mais nas pessoas e nos mostramos mais dispostos a ajudá-las.
Tireoidianos T3 e T4
Responsáveis por regular o metabolismo corporal, controlar a frequência cardíaca, pressão arterial, a quantidade de cálcio no sangue, as concentrações de colesterol, transpiração, entre outros. Quando em desequilíbrio, trazem várias implicações ao corpo e ao comportamento.
Quando em excesso (hipertioreidismo), provocam irritação, nervosismo, ansiedade, rapidez de movimentos, hiperatividade. Quando em baixa (hipotireoidismo), provocam lentidão de movimentos e de raciocínio, depressão, dificuldades com a memória.
Grelina
Conhecida como “hormônio da fome”, é produzida nas células do estômago e pâncreas. Quando o estômago está vazio, ela atua no hipotálamo avisando o cérebro: “é hora de comer”. A Grelina gera a sensação de fome e incentiva a ação para que você acabe com ela. Quando se come, aí é a vez da Leptina, que dá a sensação de saciedade e faz o controle da ingestão.
Quando bate a fome muitos ficam, mesmo sem querer, irritados ou com dificuldade de concentração. Quando estamos com o estômago vazio, a Grelina logo manda nosso corpo ir atrás de comida, é mais importante do que qualquer coisa em termos de sobrevivência. E aí fica mais difícil fazer qualquer outra tarefa. Por exemplo, reuniões de trabalho na hora do almoço podem ser afetadas pela Grelina, aumentando os níveis de agressividade e diminuindo os níveis de atenção.
Cortisol
Produzido no córtex das glândulas suprarrenais, o Cortisol é o “hormônio do despertar”, que nos faz acordar todas as manhãs. Ele também é considerado o “hormônio do estresse” já que tem a função básica de preparar o corpo para situações de estresse e nos ajudar a enfrentá-las. Não deixa a glicose baixar, fornecendo mais energia aos músculos e sistema nervoso.
Altos níveis de cortisol podem gerar sensação de impotência, baixa autoestima, irritação, sensação de “dar branco”, falta de senso de humor, cansaço sem ter realizado esforço, ataques de gula ou falta de apetite. O excesso de cortisol também pode causar transtornos como estresse, ansiedade e depressão.
Adrenalina e Noradrenalina
Elas preparam o corpo para grandes esforços físicos. São liberadas em grande quantidade em situações de medo, susto ou estresse. Estimulam o coração a bater mais rápido e forte, levando mais sangue a órgãos vitais, elevam a tensão arterial, contraem alguns músculos e relaxam outros, dilatam a pupila para aguçar a visão, aceleram a respiração para que haja maior captação de oxigênio, elevam a taxa de açúcar no sangue, diminuem a digestão para focar a energia do corpo (o que dá a sensação de “frio na barriga”).
Muitas vezes temos nosso comportamento completamente dominado pela adrenalina e noradrenalina em situações de tensão ou medo: a voz que não sai, tremores nas mãos ou no corpo, falta de capacidade de raciocinar ou de dizer o que queria dizer, atitudes impulsivas. O excesso de adrenalina também dificulta a tomada de decisões.
Testosterona
É um hormônio sexual, produzido nos testículos (nos homens) e nos ovários (nas mulheres), mas vai muito além dessa atuação. Pessoas com alto grau de testosterona aceitam correr mais riscos, têm mais autoconfiança, são mais rudes, inquietas, sorriem menos, mais impulsivas, menos pacientes para estudar, analisar ou trabalhar.
O excesso de testosterona pode levar a reações mais agressivas ou violentas do que se desejava, também pode gerar um exagero de autoconfiança e otimismo e dificuldades para ver as coisas como são na realidade.
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